quinta-feira, 14 de setembro de 2017

High Chris avisa: 'Estou pronto para qualquer desafio'

      Ele voltou para a raia de areia e junto a isso, a vitória o acompanhou. Estou falando de HIGH CHRIS, cavalo do Stud Quintela que no último domingo, no Hipódromo da Gávea, encarou e venceu o GP Professor Nova Monteiro (G3) nos 2.100 metros da pista de areia variante.

      De cocheira nova, após sair do CT Vale do Itajara e instalar-se no CT Verde e Preto, o filho de Christine's Outlaw e High Castle (Inexplicable), criado no Haras Cruz de Pedra, aceitou ser o entrevistado da semana do nosso blog Cerca Móvel.

CERCA MÓVEL: Como vai High Chris, gostando da 'casa' nova?
HIGH CHRIS: Estou me adaptando bem. Vou sentir saudades da piscina maravilhosa do CT Vale do Itajara, mas o clima aqui do CT Verde e Preto também é muito agradável e curti galopar nesta raia.

CM: Vamos lembrar sobre a sua vitória do último domingo na Gávea?
High Chris sorri ao garantir mais uma vitória
HC: Com maior prazer. É sempre bom vencer. Confesso que estava acostumado a sempre cruzar na frente, afinal de contas foram quatro corridas e quatro vitórias. De repente, fiquei fora do placar. Foi chato aquilo. Sendo que levantei a cabeça, segui trabalhando e fui recompensado com esta importante conquista no GP Professor Nova Monteiro.

CM: Você ficou abalado com a derrota na Copa ABCPCC Clássica - Mathias Machline (G1-2000mG) em agosto?
HC: Não tinha como não ficar. Como falei antes, estava invicto com a blusa do Stud Quintella. Toda a equipe esperando mais uma conquista. Já havia experimentado a grama e vencido o GP Presidente Vargas (G3-1600mG) em julho e perder na sequência foi difícil.

CM: Qual teria sido o motivo da derrota no Mathias Machline?
HC: Não sei explicar. Pode ter sido excesso de confiança, percurso mal planejado, juro que não sei. Só lembro que perdi, cheguei fora do placar (7º colocado), mesmo distante apenas 4 1/2 corpos do vencedor Emperor Roderic. Enfim, águas passadas. Voltei a trabalhar firme no CT Vale do Itajara e quando soube que voltaria a correr na areia, fiquei ainda mais confiante.

CM: A confiança é por quê você prefere a areia ao invés da grama?
HC: É mais do que comprovado que fico muito a vontade na raia de areia. Tanto que estou invicto neste terreno em quatro atuações, sendo um Listed Race e agora este Grupo 3. Então sinto-me mais a vontade na raia de areia. Na grama acredito que o equilíbrio com os adversários seja maior. Por isso posso afirmar que prefiro a raia de areia sim.

CM: Nada mal você se dar bem na areia, em especial pelo fato do Latinoamericano 2018 estar marcado para março neste terreno no Hipódromo Nacional de Maroñas, no Uruguai?
HC: É uma bolsa tentadora de 500 mil dólares, mas para chegar até lá, terei de ganhar alguma preparatória para estar credenciado a competir. Ou talvez correr o GP Bento Gonçalves (G2-2400mA) em outubro, visando o GP José Pedro Ramirez (G1-2400mA) em janeiro para garantir meu lugar em março no desafio. Também tenho a opção de competir em outubro o GP Linneo de Paula Machado (G3-2200mA) na areia de Cidade Jardim e ser o representante paulista para o Latino. Não sei ainda. Isso quem definirá será meu proprietário Antonio Landim Quintella junto ao meu treinador Luiz Roberto Feltran.

CM: Falando em proprietário, como é seu entrosamento com o titular do Stud Quintella?
HC: Bem, tirando quando ele se empolga e vem falar comigo fumando aquele charuto cubano, nossa relação é a melhor possível. O 'chefe' gosta de cavalos de corridas, isso é provado. Fui comprado para competir na farda do Stud Alvarenga, nem cheguei a estrear e o Stud Quintella me adquiriu no leilão de liquidação. Ali ele provava a confiança que tinha por mim, pois nunca havia pisado na raia de competição ainda. Só tenho a agradecer pela confiança e procuro retribuir cruzando na frente e dando alegrias a sua equipe. Também queria fazer uma menção ao Eduardo Quintella, que é um turfista apaixonado e tem uma vantagem sobre o pai: ainda não curte charutos cubanos, então nada de fumaça perto de mim. (relinchou o castanho).

CM: E sobre o treinador Luiz Roberto Feltran e o jóquei Carlos Lavor?
High Chris volta da repesagem com L. R. Feltran e C. Lavor
ao lado, respeitando seu cansaço
HC: Olha Karol, para mim nosso trio forma o casamento perfeito. Beto cuida de mim como um filho. Está sempre atento a qualquer coisa que eu sinta. Sendo bem honesto, ele conversa comigo também, só não espalha para não atrair atenção da mídia. Juntos decidimos muita coisa. Com relação ao Carlos Lavor nem tenho palavras. O homem tem mais de 4.000 vitórias no currículo e quando coloca a blusa verde e preta parece que se transforma. Procura sempre o melhor percurso. Só me aciona na hora certa. Busca sempre o menor caminho. E quem observou a corrida do último domingo, cheguei um pouco cansado e ele fez questão de me poupar. Após a repesagem só voltou ao meu dorso apenas para a foto da vitória. Enfim, todo esse respeito mútuo é o que resulta em vitórias.

CM: Vamos falar um pouco da sua criação? O que falar dos seus pais Christine's Outlaw e High Castle (Inexplicable)?
HC: Puxa, papai é o 'cara'! O melhor garanhão do mundo. Basta lembrar que na semana do Grande Prêmio Brasil, além de eu ter vencido meu primeiro Listed Race na areia, meu irmão paterno Kris Five (Stud Mendonça) venceu o GP Presidente da República (G1-1600mG). Por muito pouco nós dois não atuamos juntos no Mathias Machline, mas soube que ele está se recuperando muito bem e logo devemos vê-lo em ação. Então papai Christine's Outlaw deve vir com tudo para tentar vencer o Troféu Mossoró do próximo ano. Tudo dependerá de mim e dos meus irmãos. Quanto à mamãe High Castle, ela é tudo de bom. Sou seu segundo filho e o primeiro a realmente competir. Vez ou outra ela me liga lá do Haras Cruz de Pedra para parabenizar pelas minhas vitórias e atuações. Inclusive ela foi a primeira a me ligar quando perdi o Mathias Machline, incentivando para que eu levantasse a cabeça e seguisse trabalhando porque meu futuro seria vitorioso. Aproveito o espaço para dizer: amo vocês papai e mamãe!


Confiança da equipe resulta em bons resultados
CM: Então para encerrar, deixe o seu recado para o público turfista que não pode te escutar como eu, mas consegue ler esta entrevista?
HC: Primeiramente obrigado a você pelo espaço e peço aos turfistas em geral que sigam torcendo por mim, pois isso dá muita força quando entramos na raia. O pensamento positivo é algo que mexe com todos, seja humano ou equino.

E dessa forma encerramos a entrevista torcendo para que High Chris siga fazendo sucesso seja na raia de areia, na de grama, na Gávea, em Cidade Jardim, no Brasil e no mundo. Valeu e até a próxima!

A vocês leitores, podem enviar sugestão dos próximos entrevistados para este espaço escrevendo para cercamovel@gmail.com também peço que compartilhem este texto com seus amigos, sejam turfistas ou não, pois divulgar o turfe é o mínimo que podemos fazer.

Texto e fotos: Karol Loureiro

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